Mel americano ainda contém radiação de armas da Guerra Fria, após 70 anos
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A quantidade de radiação em cada amostra não é suficiente para prejudicar quem a ingere, mas pode explicar o declínio da população de abelhas nos EUA
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Traços de precipitação radioativa de testes de armas nucleares realizados décadas atrás estão aparecendo no mel americano, de acordo com pesquisa.

Metade das amostras do tratamento pegajoso coletadas mostraram quantidades variáveis do isótopo césio-137. O material é uma relíquia de testes de bomba atômica conduzidos durante a Guerra Fria, escreveram pesquisadores à revista Nature Communications.

Pesquisadores da William & Mary University, na Virgínia, coletaram amostras de dezenas de apicultores. As colmeias estavam localizadas em todo o leste dos Estados Unidos, da Flórida até o Maine. As análises químicas mostraram que 68 das 122 amostras de mel apresentaram quantidades variáveis de césio-137.

A quantidade de radiação em cada amostra não é suficiente para prejudicar quem a ingere, mas pode explicar o declínio da população de abelhas na região. Os cientistas especularam durante anos que as consequências dos testes de armas ainda podem impactar a vida selvagem dos EUA hoje.

Os Estados Unidos realizaram 1.032 testes entre 1945 e 1992 em locais em todo o país, bem como nas Ilhas Marshall, no Pacífico. Pensa-se que o material radioativo foi levado dos locais de teste pela chuva, eventualmente se espalhando por uma grande área.

As plantas absorvem o césio através do solo, eventualmente transmitindo-o às abelhas por meio do pólen.

Fonte: Revista Isto É