Na manhã desta quarta-feira (26), ativistas do movimento ambiental Extinction Rebellion Brasil e do Greenpeace Fortaleza realizaram uma intervenção em frente ao Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado do Ceará.

 

Ativistas com cartazes em protesto contra a mineração de urânio em frente ao Palácio da Abolição
Ativistas com cartazes em protesto contra a mineração de urânio em frente ao Palácio da Abolição

A ação faz alusão ao Dia da Terra que ocorreu no último dia 22/04, e se soma às vozes de agricultores, moradores e movimentos no Ceará e da América Latina que lutam contra a exploração de Urânio e desejam evitar o colapso social e ambiental. Outro estopim para a mobilização de ontem foi o encontro do Governador Elmano de Freitas (PT) com representantes do Consórcio Santa Quitéria que almejam explorar urânio no Ceará, já comprovadamente considerada inadequada pelo Ibama e pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH). No encontro, o Governador fez um aceno positivo à empresa, e até os dias de hoje não quis receber os movimentos sociais e ambientais para que sejam colocadas nossas reinvindicações. O intuito da atividade de ontem, foi chamar atenção da cúpula do Governo para que se mobilizem para conseguir uma agenda do Governador com os movimentos.

 

Ativistas com cartazes em protesto contra a mineração de urânio em frente ao Palácio da Abolição
Ativistas com cartazes em protesto contra a mineração de urânio em frente ao Palácio da Abolição

 

A ação direta seguia respeitando o direito constitucional de manifestação e foi interrompida com truculência policial. Agentes da Polícia Militar, representando a Casa Militar, impediram que os ativistas permanecessem na calçada da entrada principal do Palácio da Abolição, ou nas redondezas do Palácio. Os policiais afirmaram que os ativistas estariam violando o perímetro de segurança do Palácio e informaram que os manifestantes poderiam responder por desobediência da ordem policial. No entanto, a circulação geral de transeuntes estava livre e nenhum outro cidadão, exceto os manifestantes, foi considerado “perigoso” ou foi abordado. Segundo os agentes militares, o Batalhão do CHOQUE seria chamado para retirar os 7 (sete) manifestantes caso se recusassem a sair da calçada do Palácio, da Casa Civil ou do Museu da Imagem e do Som, mesmo os ativistas da ação não obstruindo nenhuma entrada ou movimentação e não representando nenhuma ameaça.

 

Ativistas com cartazes sendo expulsos pela Polícia Militar da calçada do Palácio da Abolição
Ativistas com cartazes sendo expulsos pela Polícia Militar da calçada do Palácio da Abolição

 

☢️ O que é a mina de urânio?

 A jazida Itataia, localizada no município de Santa Quitéria, na caatinga cearense, é cobiçada pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela empresa privada Fosnor - Fosfatados do Norte-Nordeste S.A, detentora da marca Galvani Fertilizantes. A centralidade da discussão é a possibilidade da exploração de urânio no Ceará, assim como o uso desequilibrado da água destinada à população. Importante ressaltar que boa parte da população cearense próxima ao projeto se mostra contra a exploração da jazida, principalmente com a justificativa da contaminação iminente de pessoas, animais, açudes e toda a região onde o projeto irá alcançar.

 

Ativistas com cartazes sendo expulsos pela Polícia Militar da calçada do Palácio da Abolição
Ativistas com cartazes sendo expulsos pela Polícia Militar da calçada do Palácio da Abolição

 

Fotos: Bárbara Freitas