Título: Os desafios da sustentabilidade ambiental no desenvolvimento humano
Introdução
Desde os primórdios, o Homo sapiens buscou compreender o mundo que o cercava, caracterizando-se pelo grande cérebro que permitiu o avanço intelectual. No entanto, ao longo da evolução cultural e tecnológica, estabeleceu-se uma visão antropocêntrica que minimizou a importância dos ecossistemas naturais. Este artigo tem como objetivo discutir criticamente os impactos ambientais do atual modelo de crescimento e propor alternativas mais sustentáveis.
Desenvolvimento
Ao longo de milhares de anos, o ser humano transformou os ambientes naturais para seu benefício, utilizando recursos e expandindo as fronteiras agrícolas (Diamond, 2005). Contudo, estudos recentes indicam que a pressão sobre os ecossistemas atingiu níveis sem precedentes. Dados do IPBES (2019) apontam que um milhão de espécies animais e vegetais correm risco de extinção devido a fatores como perda de habitat, poluição e mudanças climáticas decorrentes principalmente das atividades antrópicas.
O modelo econômico predominante preza o crescimento ilimitado em detrimento da preservação ambiental, como discutido por autores da economia ecológica (Daly, 1996). A agricultura intensiva e desmatamentos em larga escala destroem florestas que abrigam inestimável biodiversidade e são cruciais para o equilíbrio do clima (Fearnside, 2016). As emissões de gases de efeito estufa atingiram níveis recordes em 2019, segundo a ONU (2020), o que compromete a habitabilidade do planeta.
Soluções
Diversos modelos de desenvolvimento sustentável vêm sendo testados, como a agricultura orgânica, pagamento por serviços ambientais, energias renováveis e economia circular. Em nível local, iniciativas comunitárias de reflorestamento e preservação também são promissoras (Seymour et al, 2019). Porém, mudanças estruturais no âmbito econômico e energético ainda são necessárias para conciliar crescimento com respeito aos limites planetários (Rockström et al, 2009).
Conclusão
Em suma, o atual modelo pré-preservacionista ameaça a sustentabilidade da vida no planeta. Alternativas como a economia verde e a transição energética equitativa precisam ser implementadas com vontade política para garantir o desenvolvimento harmonioso das gerações futuras. É urgente que a espécie humana restabeleça seu equilíbrio com os demais seres vivos, enxergando-se como parte, e não sobre, os ecossistemas naturais.
Referências:
Diamond, J. (2005). Colapso: Por que umas sociedades escolhem o sucesso e outras o fracasso. Rio de Janeiro: Objetiva.
Daly, H. E. (1996). Beyond growth: The economics of sustainable development. Beacon Press.
Fearnside, P. M. (2016). Desmatamento na Amazônia: dinâmica, impactos e controle. Acta Amazonica, 46(3), 557-561.
IPBES - Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. (2019). Relatório de Avaliação sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. IPBES secretariat, Bonn, Alemanha.
ONU. (2020). Emissões de gases de efeito estufa chegam a novo recorde em 2019, alerta ONU. Disponível em:[https://news.un.org/pt/story/2020/12/1722092 (offline)] - [(Novo link: https://news.un.org/pt/story/2019/12/1696531)].
Rockström, J. et al. (2009). Planetary boundaries: exploring the safe operating space for humanity. Ecology and society, 14(2).
Seymour, F., et al. (2019). Evidence of a global shift away from large-scale agriculture. Nature Plants, 5(9), 835-843.